Os conferencistas e debatedores teceram significativas opiniões sobre a importância da leitura, afirmando que a mesma tem um caráter emancipatório; o que importa é ler com sentido e contexto, não importa em qual suporte está o texto - livros impressos, e-books, bits. É preciso investir na formação do professor, pois muitas vezes a leitura superficial está no próprio professor. O Brasil ( governo)investiu pesadamente na compra de livros e as editoras também investiram na ampliação de seu mercado, mas ambos esqueceram do leitor.
Esta Jornada teve um sabor especial, pois completa três décadas, ao longo desse tempo não estagnou, ao contrário trouxe novidades que vão desde a tradição dos contadores de histórias, oralidade até o renomado nome de Pierre Lévy defensor ferrenho da internet como fator de inclusão social. Apresentou uma simulação de uma nova linguagem, que serviria para nortear e avaliar o sentido dos dados trocados pela rede, “trata-se de uma utopia lingüística, mas que pode acontecer. Essa língua seria capaz de categorizar os dados incorporando significado, e que terá grande impacto nos próximos 30 anos”. Também estiveram presentes alguns escritores que hoje usam basicamente o espaço virtual para fazer suas publicações entre os quais destacarei Eliane Brum, que usa a internet como um espaço para contar a história daqueles que não têm voz, e que a partir da internet passam a ter voz, mas lembra que não basta ter voz é preciso construir sentido.
No Seminário dos Escritores de História, o mesmo também teceu desde a narrativa simples, regrada pela emoção e entrega do narrador ao texto até aos benefícios que a era digital trouxe para a narrativa.
O ofício docontador de história foi refletido, pois mesmo sendo a mais antiga forma de perpetuar a arte de narrar, a mesma está desaparecendo das comunidades. Por isso, é importante o resgate da mesma e, acredita-se que a sala de aula e a biblioteca escolar são dois espaços propícios a contação de história.
Porque é importante contar e ouvir histórias:
*orienta os nossos medos;
* faz sonhar;
* amplia o sentido de humanidade;
* uma história pode não salvar uma vida, mas pode alegrar um instante;
*contar história é forma de construção de identidade e segundo Tolstoi “Cantas tua aldeia e cantarás o mundo”.
Ao contador três questões fundamentais que o mesmo deve observar:
* estar apaixonado pela história (estar alegre, para poder alegrar o outro);
* respeitar o ritual da narrativa (espaço-tempo e tempo-lugar);
* Conhecer muito bem a história.
Creio que a paixão de contar história é da natureza humana. A vida é o principal. Contar história permite que nos “percamos”; permitir o encantamento é essencial, pois nos aproxima do ouvinte. Hoje a tecnologia chega como uma mais uma ferramenta para enriquecer o ato de contação, mas uma ciosa é importante não se esquecer do requinte artístico que este ato requer.
Profª Laurinha Schmitt de Oliveira
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